
Quem Foi Swami Sevananda (Léo de Masqueville)?
Em 1947 Sêvánanda Swámi, um francês de nome verdadeiro Léo Costet de Mascheville, criador do Sarva Yoga (yoga Integral), apresentou seus ensinamentos em um Congresso no Rio de Janeiro, assistido também pelo brasileiro Caio Miranda.
Sêvánanda era um líder natural que arrebatava os corações e mentes. Com seu carisma, viajou por várias cidades dando palestras e fundou um grupo de discípulos em Lajes, (Santa Catarina).
Em 1953 ganha um terreno de 12 hectares em Resende (Rio de Janeiro), onde, com ajuda da sua esposa, Mestra Sadhana, de seu discípulo Sarvananda (George Kriti-kós) e de Vayuãnanda (Ovidio Juan Carlos Trotta), funda um centro esotérico denominado AMO-PAX - um ashram de Sarva Yoga e um Mosteiro Essênio compartilhando o mesmo espaço.
Com Sêvananda aprenderam Yoga todos os instrutores da velha guarda que lecionavam na década de 1960. Ao considerar sua obra bem alicerçada e concluída, o Mestre Sêvánanda recolheu-se para viver em paz seus últimos anos. Todos quantos o conheceram de perto guardam-lhe uma grande admiração e afeto. Viveu seu último e breve período de vida quase totalmente isolado do mundo e dos seus discípulos.
Assumiu a sucessão da igreja expectante, que perdura até os dias atuais (veja mais em: www.igrejaexpectante.org).
A Igreja Expectante foi fundada em 17 de agosto de 1919, na cidade de Buenos Aires, República Argentina, por seu primeiro Patriarca, Cedaior, que atendia pelo nome civil Visconde Alberto Raymond Costet de Mascheville. Após sua morte, em 22 de janeiro de 1943, assumiu como 2º Patriarca seu filho e sucessor, Sri Sevãnanda Swami, de nome civil Leo Alvarez Costet de Mascheville. Em 1953 o Mestre Sevãnanda transferiu a Sede Internacional da Igreja Expectante para os Estados Unidos do Brasil, com sede legal e foro na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Sarvananda foi sucessor de Sevananda Swami.
Veja aqui depoimentos e a história de Swami Sarvananda, sucessor de Sevananda Swami:
http://www.igrejaexpectante.org/not_sarvananda_ok.htm
LEO ALVARES DE MASCHEVILLE
Sri Sevanãnda Swãmi
Adaptado do original de Swami Sarvanãnda
Como todos sabemos, foi em fevereiro de 1910 que desembarcaram em Buenos Aires , vindos de Paris, Albert Raymond Costet de Mascheville, sua esposa e seu filho, Leo Costet de Mascheville, então com 10 anos. A família Mascheville teve um papél importante na implantação e desenvolvimento do Martinismo na América do Sul.
Albert Raymond, visconde de Mascheville, violinista, dava concertos em vários teatros conhecidos de Paris, quando em 1892 foi iniciado na "Ordem Martinista" por Sedir e recebeu naquela ocasião o nome místico de CEDAIOR e nome esotérico SDR/2H, sendo o oitavo discípulo iniciado por Sedir.
Em 1895 foi nomeado por Papus Delegado Especial do Supremo Conselho da Ordem Martinista, conhecendo vários personagens importantes do movimento esotérico da época, tais como Péladan , Barlet, Oswald Wirth, Lermina e outros. É enviado no final do século ao Egito em missão especial da "Ordem Martinista" e da "Ordre Kabbalistique de La Rose-Croix" para entrar em contato com certas fraternidades de lá e realizar estudos sobre o simbolismo e sobre cerimoniais iniciáticos. Percorre desde Damieta e Alexandria até Karnak, tendo permanecido longo tempo no Cairo , onde sua amizade com Mariette-Bey , então conservador do museu do Cairo , o serviu muito. O resultado destes estudos foram analisados por Sedir e Papus , permitindo melhor documentar certos pontos da antiga estrutura dos Templos e de seus ensinamentos. Portanto quando chega a Argentina com a família, já trazia uma bagagem de realizações no campo do esoterismo. Após residir alguns anos na Argentina, muda-se na década de 20 para o Brasil, fixando residência em Porto Alegre.
No final de 1924 chega ao Brasil o seu filho, Leo Alvarez Costet de Mascheville, após uma estadia de anos na Europa - onde, além de prestar serviço militar (na França) , recebeu do pai a missão de observar o estado da Ordem Martinista e Ordre Kabbalistique de La Rose-Croix na Europa. No final da década de 20 a família muda-se para Curitiba, onde Leo - conhecido como "Jehel" nos meios martinistas e mais tarde como Sri Sevânanda Swami - insiste na revivificação da Ordem Martinista.
Então pai e filho, organizam mais amplamente o Martinismo, Em 1936 "Jehel"recebe do pai o cargo de Presidente da Ordem Martinista. Em 1939, "Jehel" reorganiza a Ordem Martinista da América do Sul, em Porto Alegre, fundando uma loja central com o nome de CEDAIOR.
Jehel estudou Kabbala, Krishnamurti, aprendeu a magia cerimonial e a Alquimia, estudou Martinismo, Yoga e era um Astrólogo exímio. O Dom da palavra lhe fluía elegantemente dos lábios e gostava de um copo de um bom vinho a conversar, como bom francês que era. Tinha excelente humor, respeitava as gestantes que, para ele, estavam perto do Pai, pois doadoras de vida. Mas seus olhos sabiam faiscar, quando necessário.
Em torno de 1932, transferiu-se para o Uruguai, instalando-se em Montevidéu, onde fundou o GIDEE (Grupo Independente de Estudos Esotéricos), trazendo junto a Ordem Martinista, da qual era ele o Presidente. Criou também a revista "La Iniciación", que continha e refletia toda a abundância dos elevados conceitos e ensinamentos, que, no GIDEE, se ensinava por um.grupo de colaboradores sob sua direção; verdadeira universidade esotérica e espiritualista transcendental: Sufismo, Yoga e Yogaterapia, Kabbala, Cristianismo Esotérico, Ciências Herméticas, Astrologia e Astrosofia, Filosofia Transcendental, Alimentação, todas as matérias do Martinismo e da Rosa-Cruz. Curas Místicas sob a orientação do Mestre Philippe de lyon, Budismo e Gnose.
Foi membro de diversas Ordens e Fraternidades ocultas do Oriente e Ocidente.
Mas, como tudo que é nascido na intensidade, que com o Amor se desgasta no Amor do coração, o GIDEE se desmorona: tinha chegado o fim de seu ciclo de existência vital. Logo passou fome ao lado de sua companheira Louise, com a qual continuou trabalhando após o falecimento de Lotúsia, à vender apólices de seguros de porta em porta, nas ruas de Montevidéu...
Pouco tempo depois e em comum acordo, separaram-se e Sri Sevãnanda passa a trabalhar junto à sua nova companheira, SÁDHANA, mais apta para sua nova etapa de ação e de iniciador. Encerra as atividades no GIDEE, liquida o passado, e vendem as posses de Sádhana para adquirir um trailer e um jipe. Veio um senhor de idade para lhe entregar um pequeno baú que continha o acervo cerimonial, intelectual e místico de uma antiga e venerável sociedade dos Himalaias, o Suddha Dharma Mandalam, pondo-o em contato com seu "Iniciador Externo", o Guru Subrahmanyananda, de quem recebe a Iniciação e Ordenação como membro da Ordem dos Swãmis de Sri Sankaracharya, com o nome de "Sevãnanda". Foi incumbido, pelo mesmo Guru, a assumir a função de "Iniciador Externo" e de ser seu sucessor no Suddha Dharma.
Ainda em Montevidéu, fundou a "Associação Mística Ocidental", sob a direção do Mestre Philippe de lyon, escola que se tornou um centro de União de Correntes Espirituais: Essênios, Suddha Dharma Mandalam, Rito Egípcio de Osíres, Ramakrishna Ashrama, Kriya Yoga, Yoga Ashrama, Comunidade Sufi, Satyauraha Ashrama, Ordem Martinista, Maitreya Mahasangah, Ordem Cabalística Rosae Crucis, Departamento do Verbo, Zen Boddhi Dharma, e Igreja Expectante, com contatos com os representantes de quase todas essas correntes.
Antes de mais um deslocamento, escreveu seu livro “Yo que caminé por el mundo...", o qual contém a síntese de sua doutrina pessoal, reeditado em português por seus Discípulos no Brasil.
Em junho de 1952 partem, Sevãnanda e Sádhana, dirigindo o jipe puxar a "Ermida do Serviço", rumo norte a atravessar o Uruguai e Brasil, parando em todas as cidades visitadas e dando palestras públicas a divulgar sob o lema "O sacrifício de Jesus e de Gandhi nos unem à todos".
Em fins de 1953 chegam à Resende, RJ, onde ganham um terreno de 12 hectares e instalam o "Monastério AMO-PAX". Ashram de Sarva Yoga e Mosteiro Essênio, inaugurado numa singela cerimônia na meia noite do dia 19/20 de novembro de 1953, sob insistente chuva, perante 22 presentes e um cachorro, como faz questão de ressaltar seus discípulos.
Os primeiros meses foram difíceis e de intenso trabalho, quase sem apoio algum, ao instalar uma necessária infra-estrutura material de sobrevivência. Mas novos Discípulos se apresentam como candidatos a residentes, e assim a comunidade cresce. A "Associação Mística Ocidental" serve de Via para a preparação interior e a correspondência com diversos representantes das correntes que constituem a associação, do oriente e do Ocidente, se instala, notadamente com o Mahatma Gandhi, que nomeia Sri Sevãnanda seu representante para o Brasil, com Discípulos do Mestre Philippe da Europa e com Paramahansa Yogananda, assim como Lobsang Rampa, que naquele tempo se encontrava na Inglaterra.
O Ashram se torna conhecido no Brasil inteiro, e visitantes começam a chegar também do Exterior. Jocosamente o Mestre se refere ao Ashram como a um "restaurante onde cada um dos residentes recebe o alimento que lhe agrada..., mas pena que não sabem comer!".
E, no teatro Carlos Gomes, do Rio de Janeiro, Sri Sevãnanda anuncia, perante mais de 1500 pessoas, convidadas individualmente, a criação da "Ordem dos Sarva Swãmis", que mais tarde ele mesmo comenta assim: "O continente latino-americano possivelmente ainda não percebeu a real importância que há de ter um dia, por todos esses países, aquela proclamação de Sarva Yoga e da Ordem dos Sarva Swãmis."
Os dias são longos no Ashram: começam às 4 da madrugada e terminam, após ininterrupto trabalho, às 21 horas, ou mais tarde ainda, com o direito a uma hora de sono a mais aos domingos. o aprendizado é vigoroso sob a atenção de quem sabe o que faz: treinamentos da Via de Gurdjieff se revezam com as práticas da via do Maltre Philippe e do Suddha Dharma, com treinamentos e práticas Martinistas e danças dos derviches Sufis, e exercícios de Budismo Zen.
Com algumas vocações que se destacam, e que constituem a continuação viva de sua via de ensinamentos, o Ashram de Resende encerra suas atividades em junho de 1961. Os Residentes se dispersam, e um pequeno grupo segue com o Mestre para-a cidade de Lajes-SC, onde é fundado o "Retiro Alba Lucis", em um sítio de Discípulos. Terminada esta etapa cíclica septenária com a principal missão cumprida: o prolongamento da Obra por meio de alguns poucos, homens e mulheres por ele preparados, para prosseguir. Foi em Lajes onde o Mestre escreveu sua principal obra, "O Mestre Philippe, de Lyon", em quatro volumes, que hoje é considerado uma obra rara.
Terminada esta tarefa (edição dos quatro volumes), o Mestre transfere sua vida para a cidade de Belo Horizonte, onde é fechado o circulo cíclico de sua vida, passando a se ocupar com alguns dos seus mais próximos e sobrevivendo materialmente com a venda de apólices de seguro e da importação de objetos ornamentais, trazidos da Argentina.
A viagem à França, pouco antes da instalação em Lajes, transformou totalmente e definitivamente seu posicionamento de Homem e de Iniciado: a influência do Maitre Philippe o conquistara, impelindo-o a se afastar das tradições orientais.
Numa pequena chácarazinha, a vinte minutos de Belo Horizonte, viveu seus últimos dois anos, sob os cuidados de sua Enfermeira, Anjo Guardião e fiel Discípula Sévaki. Sua saúde de alterou rapidamente; o Mestre não mais recebia visitas, excetuando alguns poucos Discípulos.
As últimas semanas foram de grande sofrimento, a sua doença avançando rapidamente. Durante este breve tempo, o Mestre fez, certamente, a síntese de sua vida, se preparando para a partida.
Nasceu em 22 de março de 1901, em Paris, França. Desde a sua infância, foi um superdotado, apresentando características excepcionais de comportamento. Foi um forte, no agir e no sentir, sempre marcado pela paixão do coração. Adolescente ainda obtém permissão para ingressar aos estudos superiores, matriculando-se na Faculdade de Química, o que o conduziu à alquimia, reminiscência do passado.
Caráter “sem temor nem censura”, foi discípulo de seu próprio Pai e Mestre, Cedaior, aprendendo Astrologia, Astrosofia, Martinismo e Hermetismo, ajudando-o nas suas pesquisas de Astrometeorologia e Astrosismolgia, na qual sempre acertava por antecedência.
Aos vinte e três anos de vida, iniciou suas pesquisas com Yoga e Meditação, orientado pela intuição e com a ajuda dos conhecimentos obtidos de um yogue Alemão, com o qual andou durante meses, atravessando o Pampa Argentino, à pé.
No final de 1924 , chega ao Brasil , após uma estadia de anos na Europa, onde além de prestar serviço militar na França , recebeu do pai a missão de observar o estado da Ordem Martinista e Ordre Kabbalistique de La Rose-Croix na Europa. No final da década de 20 a família muda-se para Curitiba onde Leo, conhecido como “Jehel” nos meios martinistas e mais tarde como Sri Sevânanda Swami, insiste na revivificação da Ordem Martinista.
Aqui no Brasil, teve diversas atividades, entre as quais se destacam a de agrimensor e gerente de circo ambulante; em um galpão alugado instalou uma fábrica de “lubrificantes de automóveis”, da qual era: Gerente-diretor, comprador de matéria prima, químico responsável, operário que fazia o trabalho de produção e embalagem e finalmente, vendedor representante vestido de terno, até que um dia a fábrica pegou fogo. Nunca se apegou às posses materiais desfazendo-se, quando era preciso, de tudo por “preço de banana”, para recomeçar tudo de novo. Mas sempre rigoroso e honesto com as finanças.
Estudou Kabala, Krishnamurti, aprendeu a magia cerimonial e a Alquimia, estudou Martinismo, yoga e era um Astrólogo exímio. O dom da palavra lhe fluía elegantemente dos lábios e gostava de um bom copo de vinho, como bom francês que era. Tinha excelente humor, respeitava as gestantes que, para ele, estavam “perto do Pai”, pois doadoras de via. Mas seus olhos sabiam faiscar, quando necessário.
Foi membro de diversas ordens e fraternidades ocultas do Oriente e Ocidente.
Sri Sevânanda passa a trabalhar junto à nova companheira, SÁDHANA, mais apta para a sua nova etapa de ação e de iniciador. Encerra as atividades no GIDEE, liquida o passado e vendem as posses de SÃDHANA para adquirir um trailer e um jipe. Veio um Senhor de idade para lhe entregar um pequeno baú que continha o acervo cerimonial, intelectual e místico de uma antiga e venerável sociedade dos Himalaias, o SUDDHA DHARMA MANDALAN. Podo-o em contato com seu “iniciador externo”, o Guru Subrahmanyananda, de quem recebe iniciação e ordenação como membro da Ordem dos Swamis de Sri Sankaracharya, com o nome de “Sevãnanda”. Foi incumbido, pelo mesmo Guru, a assumir a função de “Iniciador Externo” e de ser seu sucessor no Suddha Dharma.
Ainda em Motevidéu, fundou a Associação Mística Ocidental”, sob a direção do Mestre PHILIPPE, escola que se tornou um centro de União de correntes espirituais: Essêncios, Suddha DharmaMandalan, Ritos Egípicios de Osíres, Ramakrishna Ashrama, Krya Yoga, Yoga Ashrama, Comunidade Sufi, Satyaauraha Ashrama, Ordem Martinista, Maitreya Mahasangah, Ordem Cabalística Rosa e Crucis, Departamento do Verbo, Zem Boddhi Dharm, Igreja Expectante, com contatos com os representantes de quase todas as correntes.
Escreveu o livro “Yo que caminé por el mundo”, o qual contém a síntese de sua doutrina pessoal, reeditado em português por seus discípulos no Brasil, mais tarde.
Em junho de 1952, partem Sevânanda e Sãdhana, dirigindo o jipe a puxar a “Ermida do Serviço”, rumo norte a atravessar o Uruguai e o Brasil, parando em todas as cidades e dando palestras públicas, sob o Lema “O Sacrifício de Jesus e de Gandhi nos unem a todos”.
No final de 1953 chegam a Resende-RJ, onde ganham um terreno de 12 hectares e instalam o “Monastério Amo-Pax”, Asharam de Sarva Yoga e Mosteiro Essênio. Inaugurando numa singela cerimônia na meia noite do dia 19/20 de novembro de 1953, sob insistente chuva, perante 22 presentes e um cão. O livro, contendo a Doutrina, torna-se o esteio dos ensinamentos ao novo trabalho iniciático.
Os primeiros meses foram difíceis e de intenso trabalho, quase sem apoio algum, ao instalar uma necessária infra-estrutura material de sobrevivência. Mas novos Discípulos se apresentaram como candidatos a residentes, e assim a comunidade cresceu. A “Associação Mística Ocidental” serve de Via para a preparação interior e a correspondência com diversos representantes das correntes que constituem a associação do Oriente e do Ocidente, se instala, notadamente com o Mahatma Gandhi, que nomeia Sri Sevânanda seu representante para o Brasil, com Discípulos do Mestre Philippe da Europa e com Paramahansa Yogananda, assim como Lobsang Rampa, que naquele tempo se encontrava na Inglaterra.
O Ashram se torna conhecido no Brasil Inteiro, e visitantes começam a chegar também do exterior. Jocosamente o Mestre se refere ao Ashram cmo a um “restaurante onde cada um dos residentes recebe alimento que lhe agrada…, mas pena que não sabem comer!”
No Teatro Carlos Gomes, do Rio de Janeiro, Sri Sevânanda anuncia, perante mais de 1500 pessoas, convidadas , a criação da “Ordem dos Sarvas Swamis”, que mais tarde ele mesmo comenta assim: “O continente Latino-Americano possivelmente ainda nãp percebeu a real importância que há de ter um dia, por todos esses países, aquela proclamação de Sarva Yoga e da Ordem dos Sarvas Swami”. Era no dia do Maître Philippe, 2 de agosto de 1954.
Os dias são longos no Ashram, começam às 4 da madrugada e terminam, após ininterrupto trabalho, às 21 horas, ou mais tarde ainda, com direito a um hora de sono a mais aos domingos. O aprendizado é vigoroso sob a atenção de quem sabe o que faz; treinamentos da Via de Gurdjeiff se revezam com as práticas do Mestre Philippe e do Suddha Dharma, com treinamentos e práticas Martinistas e danças dos Derviches sufis e exercícios de Budismo Zen.
Com algumas vocações que se destacam, e que constituem a continuação viva de sua via de ensinamentos, o Ashram de Resende encerra suas atividades em junho de 1961. Os Residentes se dispersam, e um pequeno grupo segue com o Mestre para-a cidade de Lajes-SC, onde é fundado o “Retiro Alba Lucis”, em um sítio de Discípulos. Terminada esta etapa cíclica septenária com a principal missão cumprida: o prolongamento da Obra por meio de alguns poucos, homens e mulheres por ele preparados, para prosseguir. Foi em Lajes onde o Mestre escreveu sua principal obra, “O Mestre Philippe, de Lyon”, em quatro volumes, que hoje é considerado uma obra rara.
Terminada esta tarefa (edição dos quatro volumes), o Mestre transfere sua vida para a cidade de Belo Horizonte, onde é fechado o circulo cíclico de sua vida, passando a se ocupar com alguns dos seus mais próximos e sobrevivendo materialmente com a venda de apólices de seguro e da importação de objetos ornamentais, trazidos da Argentina.
Numa pequena chácarazinha, a vinte minutos de Belo Horizonte, viveu seus últimos dois anos, sob os cuidados de sua Enfermeira, Anjo Guardião e fiel Discípula Sévaki. Sua saúde se alterou rapidamente; o Mestre não mais recebia visitas, excetuando alguns poucos Discípulos.
As últimas semanas foram de grande sofrimento, a sua doença avançando rapidamente. Durante este breve tempo, o Mestre fez, certamente, a síntese de sua vida, se preparando para a partida.
No leito do Hospital N. Sra do Carmo, em Betim, fez a transferência Iniciática para seu fiel e amado discípulo “Sarvananda”. Na madrugada seguinte tendo ao seu lado “Sévaki, dia 6 de novembro de 1970, o mestre deixa esse plano.
A simples lápide, de cor cinza-clara, aí está, no velho cemitério de Betim, rodeado do silêncio que tanto amou. Entretanto sua presença continua forte e ativa, mais poderosa do que em vida, nos corações dos que foram transformados pelos seus ensinamentos. Ensinamentos que estão começando a brotar como flores de luz, em milhares, por meio de suas palavras escritas.


Abaixo, a imagem de Sarvananda, sucessor de Sevananda
