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A História do Yoga no Brasil

O Francês Swami Asuri Kapila. Estudou na Índia por 10 anos com Sri Ramana Maharish, conheceu pessoalmente Aurobindo, Sivananda e a Francesa Mirra, a Mãe e trouxe o Yoga Integral para o Ocidente através do Curso de Formação em Yoga. É o fundador o Purna Yoga Integral. Clique na imagem.

O Francês Swami Sevananda fundou o Sarva Yoga e o monastério essênio Amo-Pax em Resende - RJ. Apresentou seus ensinamentos em um congresso no Brasil e incentivou diversos professores do yoga entre eles o Gal.Caio Miranda. Clique na imagem. 

Swami Vayuananda, Argentino radicado no Brasil e discípulo de Swami Asuri Kapila, foi o pioneiro a desenvolver a formação profissional no Brasil instruído por Swami Asuri Kapila. Participu do Amo-Pax de Sevananda e atuou junto ao Prof. Hermógenes. 

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General Caio Miranda, participou da palestra de Swami Sevananda e de forma auto-didata, começou a ensinar yoga e a formar profissionais no Brasil. Formou ou incentivou a maioria dos futuros professores de Yoga da década de 60. General Caio Miranda não tinha linhagem. 

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Jean Pierre Bastiou foi um dos pioneiros a dar aulas de yoga no Brasil. Auto-didata no Yoga e Fisiculturista formado em Educação Física, levou o primeiro grupo de futuros professores à Índia. Não formou professores de Yoga ao longo de sua vida. 

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Nos períodos que antecederam sua expansão à grande massa o Yoga passou por diferentes situações, mostrando como em tudo ocorre a interferência do homem, colocando sua ação política e seus interesses pessoais acima dos princípios que o próprio Yoga promulga. Portanto, adiantamos que mesmo diferenças de visão e posicionamentos políticos que ocorreram no estabelecimento do Yoga no Brasil teve, além dos resquícios de ego de alguns líderes e mestres de Yoga, forte influência das condições institucionais presentes na sociedade brasileira nos períodos de ditadura militar. É certo que o Yoga chegou timidamente ao Brasil antes da ditadura militar, mas tomou fama e conhecimento da grande massa somente na década de 60. Nesta época, o espírito ditatorial da política brasileira acabou por influenciar o desenvolvimento do Yoga no Brasil, em certo período. Pedimos aos leitores, desse modo, não considerar as implicações morais e éticas que faltaram em alguns momentos da História do Yoga no Brasil, mas analisar os valores reais e imprescindíveis que o Yoga traz a todos nós. Em outras palavras, é possível aplicar Yoga na política, mas não é favorável fazer política com o Yoga.

 

A história do Yoga na América do Sul começou em 1920, na Argentina, e de lá veio ao Brasil através de Swami Asuri Kapila. O Yoga se tornou mais conhecido no Brasil somente na década de 60, através dos ensinamentos do Coronel Caio Miranda.

 

 

A chegada no Brasil
 

O Yoga no Brasil oficialmente se iniciou em 1.936, com a vinda do francês Swami Asuri Kapila (1.901-1955) a Porto Alegre.
Swami Asuri pertencia ao Ramana Ashram-Escola Internacional de Yoga e, em 1947, seu discípulo e amigo Sevananda Swami (Leo Alvarez Costet de Mascheville), do Suddha Dharma Mandalam, também francês e criador do Sarva-yoga (Yoga Integral), apresentou seus ensinamentos em um Congresso no Rio de Janeiro, diante de mais de 5 mil pessoas - entre eles o General Caio Miranda.

Swami Asuri Kapila era um líder natural que detinha conhecimentos da sabedoria ocidental e procurava uni-la ao método milenar hindu, globalizando parte do sistema de Sri Aurobindo e admitindo as variadas linhas de Sivananda e Ramana Maharish como fundamentos de seu sistema. Valendo-se de seu carisma, viajou por várias cidades dando palestras. Em 1.953 Swami Sevananda recebe de doação um terreno de 12 hectares em Rezende (RJ). Neste local funda, em 19 de novembro de 1.953, a Amo-Pax (Associação Mística Ocidental), um centro esotérico com um Ashram de Sarva-yoga e um Mosteiro Essênio, no mesmo espaço. Para isto contou com auxílio de sua esposa, Sadhana, de seu discípulo Swami Sarvananda e de Sri Vayuananda, que também era discípulo direto de Swami Asuri Kapila.
Porém, a AMO-PAX começa a fugir do sistema tradicional do Yoga ensinado por Swami Asuri Kapila entrando em um complexo sistema místico-religioso que mais tarde se converte em Igreja Expectante:
 http://www.igrejaexpectante.org/

 

Com isso, Swami Vayuananda se retira da Ordem e no ano de 1952 começa a lecionar Yoga no Rio de Janeiro, na cidade de Copacabana, originalmente  de acordo com os ensinamentos de seu Mestre Swami Asuri Kapila.
Até o ano de 1963, formaram-se os principais mestres de yoga do Brasil, tendo sido constituída a Associação Brasileira de Professores de Yoga e da Federação de Yoga do Brasil.

Em 1986, Vayuananda e Swami Maitreyananda, então presidente da Associação Uruguaia de Yoga, levaram a cabo a reestruturação da Escola no Uruguai e na Argentina, assim como a estrutura da União Latino Americana de Yoga e da futura Federação Argentina de Yoga, conjuntamente com Gerard Blitz, líder representante da União Europeia de Yoga.

 

 

As Primeiras Escolas de Yoga
 

Em 1.956, o reconhecido professor paulista Shotaro Shimada, de maneira simples, mas com muita seriedade e competência, oferecia aulas a cerca de 30 alunos em São Paulo. Shimada era praticante de judô e praticava Yoga visando desenvolver a autodeterminação e o aumento da concentração. Em 1.957 o professor Jean Pierre Bastiou inicia suas aulas de yoga numa academia no Rio de Janeiro (fundada oficialmente em dezembro de 1.958), com a autorização e bênção de Svami Sivananda. 

Neste mesmo ano, 1.958, Shotaro Shimada abre o Instituto de Cultura Yoga Shimada em São Paulo: “Naquele tempo, o Yoga era visto como faquirismo e não como uma ciência, um sistema, porque realmente o Yoga desenvolve certos poderes, porque tudo é fruto do poder da mente”, recorda Shimada. Prof. Hermógenes, Dr. Gharote, Prof. Shimada e Marcos Rojo, valorizavam os livros de Svami Kuvalayananda, representado no Brasil pelo professor Manohar Laxman Gharote, por sua tradição e princípios.

Svami Kuvalayananda é conhecido como o pioneiro do Yoga científico, fundador do Kaivalyadhama Yoga Institute, e Dr. Gharote especializou-se em pesquisas científicas, treinamento em Yoga e yogaterapia, sendo colaborador, autor e co-autor de inúmeros trabalhos científicos sobre esse tema. A partir da década de 1960 os professores brasileiros foram formados por Mestres da Índia, tais como Swami Vishnudevananda, Dattatreya, Dayananda, Yogendra, Swami Sivananda, B.K.S. Iyengar, Sri Krishinamacharya, Sri Desikachararya, Maharishi Mahesh Yogi, Dhirendra Bramachari, Gerard Blitz, dentre outros.
 

No Rio de Janeiro, Alberto Lohman foi o pioneiro a levar a prática de Yoga para os hospitais psiquiátricos. Seu trabalho foi desenvolvido a partir dos ensinamentos recebidos enquanto participante das atividades desenvolvidas pelo Amo-Pax. Alberto Lohman, que também era médico psiquiatra, em parceria com prof. Hermógenes, estendeu esse trabalho aos hospitais não psiquiátricos. Isto tornou o exemplar Professor Hermógenes como o pioneiro em medicina holística no Brasil.

 

Somente na década de 1.960, Caio Miranda escreveu o primeiro livro brasileiro sobre Yoga, fundou academias em diversas cidades e começou a formar instrutores de Yoga, seguindo em direção contrária a mística e monástica de Swami Sevananda. Assim, crescia o Yoga no Brasil, através de General Caio Miranda, Vayuananda, de Svami Dattatreya, Profa. Neusa Veríssimo, Prof. Hermógenes e sua esposa Maria Bicalho.

 

Em 1.962 é fundada no Rio de Janeiro a Academia Hermógenes de Yoga. Neste período a academia teve a colaboração de Vayuananda, que havia deixado a experiência da Amo-Pax, em Rezende. Durante todos os anos de trabalho, professor Hermógenes nunca promoveu nenhum curso de formação de professores, mas preparou pessoalmente inúmeros professores ao longo de anos de prática e convívio. Hermógenes inicia seus escritos também nesta década, e se desponta como uma autoridade do Yoga no Brasil devido a sua competência e seriedade. Assim, Hermógenes e General Caio Miranda foram os pioneiros na literatura do Yoga no Brasil.

Quem foram os Pioneiros do Yoga no Brasil?
Clique na imagem e descubra.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Período de Ditadura e Política do Yoga no Brasil

 

O Yoga no Brasil seguiu uma forte tendência coronealista, já que chegou praticamente em meio à ditadura militar.
Professor Hermógenes e Caio Miranda eram coronéis e o Yoga no Brasil ainda continuava seguindo por uma trajetória sem linhagem de sucessão discipular, nem do professor Hermógenes, nem de Caio Miranda - ambos auto-didatas e militares. À medida em que o clima político do Brasil ganhava contornos sombrios, crescia uma névoa pelos corredores políticos do Yoga brasileiro. Delineavam-se os rumos políticos que o ensino e a propagação do Yoga ganhariam no país e no mundo ocidental. A tensão do espírito político acabou invadindo a serenidade do Yoga, mostrando que ainda havia muita maturidade a ser desenvolvida por alguns líderes do Yoga.

De certa forma, a questão institucional do ensino do Yoga no país também passou por este momento de divergências. Em 1.964 o professor De Rose funda, aos 20 anos de idade, até então sem ter ido à Índia, o Instituto Brasileiro de Yoga. Em 1.965, Maria José Marinho, funcionária da Justiça Federal em Belo Horizonte, inaugura um Curso de Yoga numa pequena sala alugada. Em 1.966 o Centro de Estudos Yoga Narayana é aberto em São Paulo, por Maria Helena de Bastos Freire. Assim, nas décadas de 50 e 60, o desenvolvimento do Yoga se deu através de academias independentes, com os ensinamentos sendo repassados por transmissão oral isentos de transmissão discipular dentro das linhagens que remontam à tradição do yoga.

 

No Rio Janeiro, Vayuananda, na Academia de Yoga Vayuananda, funda o 1º Curso de Formação de Professores com base no curso internacional de Yoga de Swami Asuri Kapila, continuando o Karma Yoga de levar sua filosofia para todo o país.

Em dezembro de 1.967 Neusa Veríssimo convive por 15 dias com o professor Caio Miranda, recebendo ensinamentos diretamente dele, e retorna com uma autorização para abrir, em Fortaleza, uma sucursal do Instituto de Yoga Caio Miranda. Também no fim da década de 1.960, começa a lecionar em Fortaleza o Major Dentista do Exército Milton Bezerra da Cunha, amigo pessoal do General Caio Miranda, que exerceu grande influência como professor de Yoga em Fortaleza. Com a morte do Professor Caio Miranda (em 1.969) e de Sevananda Svami (em 1.970), a liderança do Yoga no Brasil se fragmentou. A filha de Caio Miranda, Leda Miranda, não teve interesse em manter as sucursais espalhadas pelo país e Neusa mudou o nome de seu instituto para `Instituto Neusa Veríssimo’, em julho de 1.970.

 

A idéia de formação de uma associação que divulgasse uma linha tradicional do Yoga baseado no Yoga de Patañjali surgiu na Índia em 1.973. Neste ano um grupo de professores de Yoga brasileiros, liderados pelo professor Jean Pierre Bastiou, foram fazer um curso no Yoga Institute, em Bombaim, com Sri Yogendra. Esses professores expuseram ao Mestre suas preocupações com o rumo que a prática e o ensino do Yoga estavam tomando no Brasil e foram aconselhados a, ao voltarem ao seu país, organizar um grupo de professores e fundar uma associação que visasse a divulgar o Yoga tradicional. Os professores que lá se encontravam na ocasião se reuniram no hotel onde estavam hospedados e fizeram a primeira reunião da denominada Associação Brasileira de Professores de Yoga (ABPY), em fevereiro de 1.973.

 

Faziam parte deste grupo os professores: Jean Pierre Bastiou, sua esposa Zilá, Maria Augusta Figueira Cavalcanti, Orlando Cani e Nara Cani, Dagmar Krebs e Jacy Pontes Vaz. Ao voltar ao Brasil, este grupo se reuniu pela segunda vez, agora na casa do prof. Orlando Cani, no Rio de Janeiro, para traçar os planos para a fundação da associação e passaram a contatar outros professores que tivessem interesse em participar deste trabalho. Foram, assim, convidados os professores Vitor Binot, Sri Vayuananda, Eneida de Oliveira Santos, Nilda Fernandes Mesquita, Marly Rafael Mayer.

Em 10 de outubro de 1.973 oficializou-se a Associação Brasileira de Professores de Yoga. Todos aqueles que participaram do curso no Yoga Institute naquele ano, e mais os professores convidados pelo grupo original, foram os sócios fundadores e constam no Estatuto da ABPY. Posteriormente, a ABPY associou-se à União Européia de Associações Nacionais de Yoga (UEANY), liderada por Gérard Blitz.[i] (nota final do texto)

 

 

 

Oficializando a Formação de Instrutores de Yoga

 

 

Em 1.972 a paulista Maria Helena de Bastos Freire funda o primeiro curso em nível universitário de formação de professores de Yoga, com duração de três anos e meio (2.200 horas), perdurando até os dias de hoje. Em 1.975, ela cria a Associação Internacional de Professores de Yoga do Brasil (AIPYB), filiada à International Yoga Teachers Association, da Austrália. No mesmo ano surgiu a União Nacional de Yôga (Uni-Yôga), liderada por De Rose, que revive o Yoga Tântrico e recodifica o Yoga antigo, sendo em sua obra muito polêmico e controverso.

Posteriormente, os grupos da Associação Brasileira de Professores de Yoga (ABPY) e da Associação Internacional de Professores de Yoga do Brasil (AIPYB) uniram-se e criaram a Federação de Yoga do Brasil (um erro legal, pois deveria ter sido fundada uma Confederação, pois as Federações são estaduais), fomentando uma união entre os grupos do Rio de Janeiro e de São Paulo. A professora Maria Helena de Bastos Freire, então, presidiu a Federação e representava o Yoga no Brasil, juntamente com De Rose. Após certos desencontros posteriores entre Vayuananda e a ABPY, e entre esta última e a AIPYB, os grupos do Rio de Janeiro e São Paulo terminaram por se separar, cancelando sua aliança anterior. Além disso, as políticas completamente divergentes da International Yoga Teachers Association (a quem a AIPYB era filiada) e da União Européia de Federações Nacionais de Yoga (a quem a ABPY era filiada), impossibilitaram um acordo final, além de criar uma rivalidade (a essa altura internacional), apesar de, originalmente, a organização australiana ter sido criada para ingressar na União Européia. Assim, a Federação de Yoga do Brasil (FYB) passou a ser comandada apenas pelos membros da AIPYB de São Paulo, que passaram a nomear representantes e criando associações estaduais.

 

Em dezembro de 1973 circulam pelo Brasil os primeiros representantes de Bhakti-yoga em solo brasileiro. Vinham com a mensagem de Bhaktivedanta Swami Prabhupada, um mestre espiritual indiano, que chegara ao Ocidente com 70 anos de idade. 

Valendo-se do simples e imediato processo de Mantra-yoga, muitas pessoas tiveram uma experiência mística fundamentada em grande obra literária e filosófica produzida ao longo dos séculos por teólogos e bhakti-yogis, e que comprovavam documentadamente as experiências vividas pelos bhakti-yogis. Vinda da região West-Bengal, Índia, a escola de Bhakti-yoga de Bhaktivedanta Swami Prabhupada foi sendo estabelecida numa trajetória paralela à conturbada política do Yoga no Brasil.

 

 

Divergências no Caminho da Unidade

 

Em 1.978 De Rose liderou a campanha pela criação e divulgação do primeiro projeto de lei visando à regulamentação da profissão de Professor de Yoga. Sob sua influência surgiram diversos cursos de extensão universitária para a formação de instrutores de Yoga em inúmeras universidades pelo país. Em 1.981 Svami Sarvananda, Pierre Weil, Vasudev, Maria Luiza S. Keddy, Caio Miranda e o casal Neyda e Octávio Melchyades Ulysséa fundaram um Curso Regular de Formação em Yoga, na atual Faculdades Integradas Espírita, na época chamada de Faculdade de Ciências Bio-Psíquicas do Paraná. Inaugura-se, nas décadas de 80 e 90, o surgimento de Federações e Associações por todo o país, com cursos de formação e abertura de academias.
 

Com o falecimento de Vayuananda, em 1.987, a ABPY passou a ser comandada indiretamente pelo professor Hermógenes, presidida sempre por pessoas próximas dele, e isso formou uma divisão infranqueável entre os conceitos de Yoga de Maria Helena de Bastos Freire e os do professor Hermógenes. Se os pontos de vista de Maria Helena e Hermógenes eram evidentemente discordantes, não menos o era a destes com De Rose. Então, grupos simpáticos ao Professor Hermógenes, junto com outras associações estaduais, constituíram a Confederação Brasileira de Professores e Praticantes de Yoga (COBAPEPY), cuja primeira presidência recaiu na ABPY, na pessoa da professora Marilda Velloso.

O Brasil tinha, então, a Federação de Yoga do Brasil (comandada por Maria Helena de Bastos Freire), nove Federações estaduais (comandadas por De Rose) e duas Confederações Brasileiras, uma administrada pela ABPY e outra por De Rose. Na prática continuavam existindo apenas três entidades nacionais: a Federação de Yoga do Brasil (FYB), a Uni-Yôga e a ABPY.

 

Em 1.985, com Gerrad Blitz (Escola Krishnamacharya), Sri Vayuananda e Swami Miatreyananda (Escola Swami Asuri Kapila), é fundada a CULFNY (Confederación y Unión Latinoamericana de Federaciones Nacionales de Yoga) pelo Swami Maitreyananda (da linha de Swami Asuri Kapila), Mataji Indra Devi (da linha de Kirshnamacharya), Swamini Dayananda e Vayuananda (da linha de Swami Asuri Kapila) e Gerad Blitz (da União Européia de Associações Nacionais de Yoga - UEANY) - que, posteriormente, muda seu nome para Unión Latino Américana de Yoga (ULY). Presidido pelo Swami Miatreyananda (Dr. Estevez-Griego) e tendo como presidente de honra Mataji Indra Devi (até a data de sua morte, em 2.003), sua missão era agrupar as associações nacionais da Argentina, Brasil, México, Chile, Colombia, Uruguay, Cuba e Quebec. estabelecer intercâmbios e formar um Conselho Latinoamericano de Yoga. Na época, a FYB era presidida por Cyrenia Carvalho (pessoa de confiança de Maria Helena de Bastos Freire) e De Rose se alternava entre Rio e São Paulo disseminando o Swásthya Yôga. Em São Paulo ocorreu o surgimento de um quarto nome trazendo outro ponto de vista: Cláudio Duarte, representante do que ele denominou “Yóga Clássico”.

 

Em Dezembro de 1986, no Rio Janeiro e em São Paulo reuniram-se o Yogacharya Dr. Fernando Estévez Griego PhD (Swami Maitreyananda) e o Yogacharya Vayuananda (Carlos Ovideo Trotta), ambos da escola de Swami Asuri Kapila, com os membros da Federação de Yoga do Brasil, da Associação Brasileira de Professores de Yoga e da União Nacional de Yoga.

 

Em 1.987 a Uni-Yôga, a FYB e a ABPY se filiam à ULY e à Federação Internacional de Professores e Profissionais de Yoga, porém as divergências destas eram tão fortes que obrigaram que a vice-presidência do organismo fosse dada a alguém neutro e independente. Foi assim que Duarte assumiu a vice-presidência da ULY e começou a fazer-se conhecer no campo do Yoga. Porém, valendo-se desta estratégia, longe de unir o Yoga do Brasil, a iniciativa da ULY só fomentou um quarto poder que passou a disputar seu espaço, com um Claudio Duarte desafiando ostensivamente a De Rose, Hermógenes e Maria Helena.

 

Em 1987 o Yogacharya Dr. Fernando Estevez Griego (Swami Maitreyananda) funda a Federação Internacional de Professores Profissionais de Yoga (primeiro nome da Federação Internacional de Yoga) em Montevideu, Uruguai. A primeira comissão directiva da Federação Internacional de Yoga em 1987-1989 tem como presidente honorário Mataji Indra Devi (Letónia/Rússia); presidente Luiz Alvares De Rose (Brasil); e como secretário-geral, o Yogacharya Dr. Fernando Estevez Griego, Swami Maitreyananda (Uruguai).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 

 

 

 

Mataji Indra Devi e Yogacharya Fernando Estevez - Griego Ph.D. (Swami Maitreyananda)

Luiz Alvares de Rose e Yogacharya Fernando Estevez - Griego Ph.D. (Swami Maitreyananda)

Nesse mesmo ano, Swami Maitreyananda (Yogacharya Dr. Fernando Estévez Griego, da linha Swami Asuri Kapila), Mataji Indra Devi (linha Kirshnamacharya, Swamini Dayananda) e Vayuananda (linha Swami Asuri Kapila) e De Rose (linha Swasthya), Claudio Duarte (linha Yoga Classico), Fernando Pintos (ABPY) e Gerad Blitz (da União Européia de Associações Nacionais de Yoga - UEANY) fundam a Federação Internacional de Professores e Profissionais de Yoga (Federação Internacional de Yoga) com sede em Montevidéu, contando com apoio do próprio Vayuananda e de Indra Devi.

A presidência transitou pelos seguintes nomes:

Entre 1987-1989, De Rose é eleito presidente;

1989-1991 -  Swami Maitreyananda;

1992-1996 -  Yogavatar Kirshna Kisores Das;

1997-2001 - Yogacharya Valle;

2002-2005 - Swami Maitreyananda;

2006-2010 - Swami Dayananda.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Primeiro Congresso Mundial de Yoga (1988, cidade de Montevideu, Uruguai)
Gucha Miño, da Federação de Yoga da Argentina; Larry Payne, presidente da Associação Internacional de Yoga, Terapeutas e delegado pela Unidade Internacional no Yoga (Aliança de Yoga dos EUA); Auri Moya, presidente da Associação Internacional de Professores de Yoga de Porto Rico e da IYTA Austrália; Yogacharya Dr. Fernando Estevez Griego, presidente da União Latino-Americana de Yoga; Carlos Fiel, da União Europeia de Yoga; Sw. Dayananda, da Associação Uruguaia de Yoga; Luiz Alvares De Rose, da Federação Internacional de Yoga; e Goldemberg, da Associação Argentina de Professores de Yoga.

No Brasil, Cláudio Duarte funda a “Escola Nacional de Yoga”. Taunai Valle funda a “União Brasileira de Professores Profissionais de Yoga” (com apoio da ULY e FIY ). Taunai é eleito s presidente da Confederação Brasileira de Yoga e Comissões Brasileiras de Yoga. Todos participavam dos mesmos eventos da ULY, mas, em vez de uma união, havia uma desunião e competição egoísta velada nos bastidores. Firme mesmo, só a intenção da ULY de criar um Conselho Latino-americano de Yoga.

Yoga e Ego no Brasil
 

No Congresso de Yoga realizado no Rio de Janeiro em 1.997 discutiu-se, em clima tenso, a fundação de uma Confederação que unificasse as entidades no país. Todos, em tese, apoiavam a iniciativa, mas alguns obstáculos jurídicos foram encontrados pelas professoras Hilda Castelo de Lacerda e Neusa Veríssimo. A reunião foi pouco produtiva, com a saída do Professor Hermógenes logo no início da reunião. Meses depois ocorre uma nova reunião no Rio de Janeiro, na residência da Professora Norma Pinheiro Alves, para estudar assuntos relativos à futura Confederação, sem a presença de De Rose, mas a idéia não consegue se materializar.

 

Em 2.000 surge a polêmica CONFEF, onde, na proposta de regulamentação da profissão de Educador Físico, atividades com as artes marciais, danças e yoga ficaram inclusas como exclusivas da profissão de Educador Físico. Começa uma briga jurídican os bastidores do mundo do Yoga que finda em um contrato assinado de cooperação entre a CONYB e a CONFEF e CBY com CONFEF.

 

No ano 2000 existiam três confederações: CBY (de Valle), a CNFEY (de De Rose) e a CONYB (de Maria Helena Schmidt. É fundada, também neste ano, a Aliança do Yoga (pelo uruguaio Pedro Kupfer).

Swami Maitreyananda abandona seu título de presidente de honra da Confederação Brasileira de Yoga (CBY) em dezembro 2.001, decepcionado com o apoio do presidente da CBY (Taunai Valle) e submissão ao Conselho Federal de Educação Física (CONFEF). Do outro lado, o professor Hermógenes também abandona a presidência de honra da Confederação Nacional de Yoga do Brasil (CONYB). Swami Maitreyananda declara que “Yoga é Educação Espiritual e não Educação Física”.


Em 2.002 a Federação Internacional de Professores e Profissionais de Yoga se transforma na Federação Internacional de Yoga “International Yoga Federation”, após fusão com o Conselho Mundial de Yoga (World Yoga Council), World Union of Yoga, instituição fundada por Bhagavan Krishna Kisore Das (New Delhi – India) e Swami Miatreyananda. Em 1.980. Dr. Fernando Estévez Griego é eleito seu presidente (de 2.002 a 2.005) e logo Swamini Dayananda (de 2006 a 2010).

 

 

Novos Rumos Éticos no Yoga do Brasil

 

Em 2003-2004 a professora Neusa Veríssimo coordena o primeiro curso de especialização em Yoga em nível de pós-graduação lato-sensu, em parceria com a Universidade de Fortaleza (UNIFOR), contando com professores locais e nacionais, como uma forma de iniciar uma profissionalização do professor de Yoga: uma das estratégias para se desvincular o Yoga da Educação Física.

Paralelamente ao que ocorria nas questões administrativas e políticas do Yoga no Brasil, alguns novos instrutores foram desenvolvendo seus trabalhos mais focados na experiência que o Yoga traz. Dentre eles Marco Shultz, que inicia o projeto Simplesmente Yoga; e Edson Charles, que em 2003, com Paula Saboya, funda o Shiva Shankara.
 

A partir de 2005 o Yoga se propaga imensamente por todas as capitais do pais. A mídia passa a divulgar cada vez mais uma ótima imagem do Yoga, valorizando a espiritualidade. Diferentes estilos surgem apenas para popularizar a prática do yoga em academias de ginástica e grandes condomínios. Ao mesmo tempo, alguns praticantes procuram se aprofundar nos conceitos filosóficos e teóricos. Os meios acadêmicos abrem novas disciplinas que aproximam o Yoga dos estudos científicos numa visão moderna.

Saúde, bem estar e espiritualidade passam a ser os mais buscados propósitos da prática de yoga em 90% dos atuais praticantes. Como é definido no Bhagavad-gita, Yoga é equanimidade. E pela História do Yoga no Brasil, vemos que o melhor caminho para uma prática é aquele que nos conduz à equanimidade diante das situações adversas. Estamos ainda neste processo infinito de amadurecimento espiritual e maturidade prática.

 

 



 

Colaboração para o texto: Jayadvaita Das e Mahesh Charu Sarva Swami

O Prof. Hermógenes é o membro brasileiro mais velho a ensinar yoga e vivo atualmente. Foi auto-didata e ensinou milhares de alunos embora não seja seguidor de uma linhagem, apenas do Hatha enquanto método. Não teve mestre de Yoga que o iniciou, mas é exemplo para muitos até hoje. 

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